
Falta de mão-de-obra preocupa indústria do Norte do Paraná
Por Marcus Gimenes
Os industriais do Norte do Paraná têm encontrado, desde há algum tempo, dificuldades para contratar mão de obra especializada para recompor seus quadros.
Em especial no primeiro ano da pandemia, muitas indústrias tiveram que enxugar a produção e isso provocou demissões na maioria delas. No entanto, com a retomada gradual da normalidade e da produção, temos visto que a escassez de mão de obra que já era preocupante, piorou.
No ano passado um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), já apontava para isso. 96% das indústrias disseram que a maior dificuldade era contratar operadores, em segundo lugar, pessoal da área técnica.
O problema está se agravando e, à medida que o ritmo de expansão da economia aumentar, vai comprometer a produtividade e competitividade.
Óbvio que não se pode aguardar uma solução no curto prazo. Mas é preciso encontrar caminhos. E um deles é convencer o governo e as entidades de que é preciso investir maciçamente em ensino técnico.
No Brasil há um vácuo grande, pois o sistema educacional aponta sempre para que o aluno termine o segundo grau e ingresse em uma universidade. A universidade é importante sem sombra de dúvida. Porém, há uma demanda gigante por colaboradores de nível técnico. Aliás, muitos dos cargos técnicos pagam melhor do que ganham inúmeros profissionais com diploma universitário.
No Brasil, conforme estudo da CNI, apenas 9,7% das matrículas do ensino médio estão associadas à educação profissional. Número muito inferior a países como Alemanha, Dinamarca, França e Portugal, onde o percentual chega a 40%, ou Áustria e Finlândia, onde alcança 70%.
O Sistema FIEP tem feito o possível para ampliar o número de vagas nas escolas do Senai, porém também temos que pensar na alternativa de as indústrias passarem a oferecer treinamentos específicos de formação de mão de obra.
Há várias empresas já fazendo isso. E precisamos incentivar que outras também adotem esse procedimento. Quanto mais mão de obra treinarmos e qualificarmos, mais possibilidade de equilibrar essa conta.
Marcus Gimenes é empresário e presidente do Sindimetal Norte